Rio 2016 corta arquibancada flutuante e abre venda de 500 mil ingressos

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Créditos: Divulgação

Instalação temporária na Lagoa está entre os cortes do Comitê Rio 2016

Uma nova corrida olímpica por ingressos terá largada nesta quinta-feira. O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro anunciou, nesta terça-feira, que colocará à venda um lote de meio milhão de entradas para as Olimpíadas, através da internet, incluindo bilhetes para as cerimônias de abertura e encerramento e para finais bastante requisitadas como futebol masculino, basquete feminino, ginástica artística, handebol masculino e feminino, tênis e vôlei feminino.

A entidade também deu mais detalhes dos cortes que está fazendo para que os gastos na organização dos Jogos Olímpicos permaneçam em R$ 7,4 bilhões. O número de voluntários vai cair de 70 mil para 50 mil, e o de carros a serviço dos Jogos de 5 mil para 4 mil. A arquibancada flutuante da Lagoa, proposta no dossiê de candidatura, não será mais construída.

Cerca de 60% das entradas custam até R$ 100 reais e podem ser parcelados em até três vezes no cartão Visa, patrocinador dos Jogos. Não haverá sorteio como em outros lotes de venda. Na próxima quinta-feira, às 10h, o Comitê colocará à disposição do público ingressos para as cerimônias de abertura e encerramento, para o futebol, a natação, o polo aquático, o atletismo, o handebol, o tiro com arco e o hipismo. Na sexta, no mesmo horário, será a vez do basquete, dos saltos ornamentais, do nado sincronizado, do vôlei, do vôlei de praia, da ginástica artística, do tênis, do ciclismo de pista e do judô.

Grande parte vem de liberação de contingências e outra parte tem relação com a finalização das capacidades das arenas temporárias. Também foram disponibilizados ingressos de países que têm preferências por outros esportes. Os torcedores podem escolher até seis sessões e comprar até seis ingressos. Cadeirantes e maiores de 60 anos têm desconte de meia entrada em todos os ingressos e estudantes têm o mesmo direto apenas para as entradas mais baratas de cada sessão.

O Comitê Rio 2016 afirma que a venda de ingressos para as Olimpíadas está no ritmo esperado, mas admite que é preciso um esforço maior na venda de bilhetes para as Paralimpíadas e conta com o bom desempenho do Brasil na competição para impulsionar o interesse do público – campeão dos Jogos Pan-Americanos, o Brasil mira o top 5 no quadro de medalhas paralímpico.

AJUSTES PARA EQUILIBRAR O ORÇAMENTO
O Comitê Rio 2016 também anunciou cortes para equilibrar o orçamento dos Jogos. Após uma reunião de revisão do projeto com o COI na semana passada, o Comitê tomou uma série de medidas para manter o orçamento em R$ 7,4 bilhões, com destaque para a desistência da construção da arquibancada flutuante do remo, para a redução em 20 mil do número de voluntários e de mil carros a serviço da organização dos Jogos.

– Revisamos todos os nossos números e o orçamento de serviços. Estamos com orçamento equilibrado. Encontramos soluções inteligentes para ter a certeza de que vamos ter recursos até o fim. Antecipamos de certa maneira o que foi decidido na Agenda 2020 do COI e cortamos alguns serviços. Muitos Jogos vão seguir essa linha de Olimpíadas sustentáveis, sem elefantes brancos. Na parte de instalações, fizemos economias. A arquibancada flutuante do remo não vai ser construída. Revimos tamanhos e estruturas das instalações temporárias. Revimos o backstage dessas instalações. Reduzimos o número de voluntários de 70 mil para 50 mil. Temos certeza de que 50 mil serão suficientes. Reduzimos serviços como o uso de automóveis, de cinco mil para quatro mil. Todo o sistema vai ser mais racional – disse Mario Andrada, diretor de comunicações do Comitê Rio 2016.

O valor da economia feita com os cortes não foi informado, pois tal número sofreu uma variação grande em função do câmbio do dólar, já que muitas receitas e despesas das Olimpíadas são estipuladas na moeda americana. Ainda pode haver novos ajustes, como na arena temporária de vôlei de praia – a entidade estuda o tamanho ideal da estrutura -, mas as outras instalações não devem sofrer impacto no que se refere à capacidade. Os cortes estão focados em estruturas temporárias de suporte, como escritórios.

– Está equilibrado o orçamento e vai assim até o fim dos Jogos. É nossa obrigação ter o orçamento equilibrado. É mais difícil fazer os Jogos assim, mas é o que tem de ser feito. Se o orçamento está equilibrado, a conta não sobra para o governo – disse Andrada.

Com relação aos voluntários, o Comitê Rio 2016 espera economizar em treinamento e uniformes com a diminuição de 20 mil pessoas. Os organizadores dos Jogos receberam 240 mil inscritos, sendo 20% estrangeiros, e mais de 55 mil já foram entrevistados. No entanto, ainda há uma procura por voluntários para as cerimônias de abertura e encerramento. São necessários 12 mil voluntários, e o Comitê recebeu cerca de 12,5 mil inscrições, mas nem todos compareceram às primeiras audições.

O único pré-requisito para ser voluntário nas cerimônias é ter, no mínimo, 16 anos (até abril/2016). Segundo o Rio 2016, não é necessário ter uma habilidade específica ou experiência anterior para exercer a função. A equipe de coreógrafos responsável pela seleção de voluntários busca dois pontos fortes do espírito brasileiro: a diversidade e a energia.

SEGURANÇA: BRASIL PREPARADO
O Comitê Rio 2016 também ressaltou que o Brasil está preparado para garantir a segurança de atletas, visitantes e moradores do Rio de Janeiro durante os Jogos. A experiência da Copa do Mundo foi apontada como vantagem para os policiais brasileiros. Cerca de 85 mil pessoas trabalharão na segurança da cidade durante os Jogos.

– O Brasil está preparado. Segurança é uma questão de Estado. A segurança dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos está a cargo da Secretaria Extraordinária dos Grandes Eventos, que pertence ao Ministério da Justiça. Já está implementado e funcionando o Centro Integrado Antiterrorismo. É um ambiente específico de polícia e segurança pública, que começa a administrar o intercâmbio de informação e o treinamento dos profissionais envolvidos. Todos os países do mundo estão colaborando com o Brasil.

O Rio precisa estar seguro como um todo. Estratégia de segurança é pensar na segurança dos Jogos como parte da segurança da cidade. Não dá para ter ilhas de segurança – disse Mario Andrada.

Globo Esporte