Em nota, Breno Morais revela motivo de rompimento com Sérgio Meira e critica gestão do Botafogo-PB

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Foto: Veronilson Freire
O ex-diretor do Botafogo futebol Clube Breno Morais divulgou uma nota para imprensa, no qual elenca causas que o faz assumir condição de Oposição clara ao atual presidente Sérgio Meira.
Ele aponta que o rompimento com Sérgio Meira se deu porque “ele e o seu ego, inflado pelos conselheiros que ele adotou para a executiva, não aceitaram um simples pedido de posicionamento público do clube diante de uma das tantas fake news publicadas por quem trabalha para sabotar o Botafogo”.
Breno declarou oposição à gestão de Meira, a qual chamou de temerária, mas disse que ficará contra o Botafogo-PB.
“Não tenho obsessão alguma na pessoa do atual presidente do Botafogo, mas meu compromisso, com o legado deixado no clube, e, principalmente, com a verdade, me colocam como mais um dos integrantes do grupo de oposição à gestão temerária de Sérgio Meira e seus diretores, mas jamais uma oposição ao Botafogo Futebol Clube”, continuou.
Eis a íntegra da nota:

‘NOTA DE ESCLARECIMENTO

Nenhum ódio é justificável. A minha conduta, nesta nova fase da vida, não permite espaço para construir relações a partir do ódio. Mas também não sou covarde, não costumo me esquivar das responsabilidades ou ser indiferente diante de discursos bonitos, que rendem manchetes eloquentes (algumas pagas), que maquiam a realidade e escondem os verdadeiros problemas do Botafogo.

Toda as medidas adotadas pelo grupo de oposição do qual faço parte, grupo esse formado única e exclusivamente pela vaidade do atual presidente inflada por alguns conselheiros, são pautados pela extrema preocupação diante de tanta incompetência administrativa e pela indignação de ver um legado construído por várias mãos ao longo de mais de uma década ser destruído pela inabilidade de um grupo de aventureiros, que não sabiam nem onde ficava a Maravilha do Contorno até pouco tempo, que foi formado e hoje é liderado por Sérgio Meira.

Desde que comecei a participar da gestão do Botafogo, a convite de dois antigos conselheiros do clube em 2007, nunca me coloquei em condição de protagonista, nunca assumi postura de buscar holofotes na mídia ou de usar o clube como uma plataforma de lançamento para algum projeto político pessoal.

Pelo contrário, desde que passei a somar forças junto a outros abnegados, ganhei um teto de vidro para ser alvo de pedras, da ira de torcedores em campanhas ruins e das ilações maldosas de quem fez menos e nunca aceitou que eu pudesse ajudar o Botafogo a crescer. Reconheço meus erros nas gestões que fiz parte, excessos que me fizeram repensar o modelo de clube, e idealizar um novo Botafogo para o futuro.

No novo Botafogo não cabe a falsa modernidade que rende manchetes positivas em um primeiro momento, mas que se transformam em fake news quando a realidade vem à tona, ou de decisões administrativas que só rendem notícia, mas não geram melhoria de fato. No Belo do futuro não cabe o discurso mentiroso de transparência e idoneidade, com obscurantismo no orçamento financeiro e uso do dinheiro do clube para gastos de procedência duvidosa, como o custeio integral de grande comitiva de diretores em jogo a nível nacional.

Meu trabalho no Botafogo sempre foi feito independente do reconhecimento. Todas as decisões tomadas por mim enquanto estive integrando as gestões passadas foram pelo bem do clube, jamais em proveito próprio ou de terceiros. Por isso me preocupa quando o clube, em toda sua grande História de 88 anos de existência, passa a ser usado por diretores como vitrine de projetos políticos, de poder.

Sérgio Meira chegou à presidência do clube pela indisponibilidade de todas as outras pessoas que geriam o clube até 2018. Não houve pressão, houve oportunidade. E da oportunidade, se fez oportunismo. Sérgio já tinha assumido cargos executivos antes, inclusive no principal deles, o de secretário de esportes de João Pessoa, foi exonerado por telefone pelo prefeito por falta de competência, conforme o próprio site WSCOM publicou em 2014.

Tinha sido também candidato a vereador, um desejo recorrente, aliás. Assumir a presidência do maior clube de futebol da Paraíba não traria fardo algum, muito pelo contrário. Foi a chance perfeita dele buscar seus objetivos pessoais, tão prioritários a ele, que importaram mais que a união até então mantida dentro do clube. 

Fui parte do melhor e mais glorioso período de união do Botafogo, deixei diferenças de lado e mostrei que é possível tornar o Botafogo ainda maior quando se trabalha com seriedade, profissionalismo e responsabilidade. Durante o período de união, sempre convivi com as discordâncias internas, tanto que as decisões tomadas nas gestões passadas eram fruto de debates e reuniões entre aqueles que integravam a diretoria executiva. 

O fim da união de muitos anos no clube, da qual Sérgio Meira é o culpado, se deu porque ele e o seu ego, inflado pelos conselheiros que ele adotou para a executiva, não aceitaram um simples pedido de posicionamento público do clube diante de uma das tantas fake news publicadas por quem trabalha para sabotar o Botafogo. 

A ingratidão e a vaidade começaram o desgaste, mas a ruptura se deu quando Sérgio Meira, embevecido pelo poder, deixou de ouvir quem tem experiência em gerir o clube com a sabedoria dos erros passados, para ouvir quem nunca tinha sequer assumido cargo executivo em clube de várzea, quem dirá em um profissional, no maior da Paraíba.

Não tenho obsessão alguma na pessoa do atual presidente do Botafogo, mas meu compromisso, com o legado deixado no clube, e, principalmente, com a verdade, me colocam como mais um dos integrantes do grupo de oposição à gestão temerária de Sérgio Meira e seus diretores, mas jamais uma oposição ao Botafogo Futebol Clube.
 
Se opor aos erros da atual gestão é se preocupar com o clube, mas a vaidade e o nível de embriaguez de poder alcançados pelo presidente o fazem acreditar que se trata de uma campanha difamatória contra ele. Incompetência e irresponsabilidade não são, necessariamente, inidoneidade.

O tempo vai mostrar quem tem a mentira como arma política, quem trabalha com responsabilidade financeira no clube e quem verdadeiramente tem compromisso com o Botafogo.

Breno Morais Almeida

 

Redação com WSCOM