Dos doramas à esgrima: cultura asiática estimula jovens a praticar a modalidade nos Jogos da Juventude

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2024 11.24- Jogos da Juventude CAIXA 2024 - Joao Pessoa, Paraíba, Brasil ,Esgrima Jhon Xaxier ( PE) X Jean Oliveira (SP) MATERIA COM Jhon Oliveira André Durão/COb @duraofoto

Foto: Divulgação/ COB

Seja pelos k-pops e K-dramas (música pop e dramas coreanos) ou pelos doramas (séries televisivas), a cultura asiática é uma paixão disseminada na geração dos anos 2000. A febre desses produtos orientais se reflete até em esportes pouco populares no Brasil. Foi assistindo à série de televisão sul-coreana “Vinte e Cinco, Vinte e Um” que a alagoana Luiza Marques, 15 anos, quis conhecer a esgrima e chegou aos Jogos da Juventude CAIXA João Pessoa 2024 como atleta.

A série conta a história de Na Hee-do, que faz parte da equipe de esgrima escolar e, mais tarde, após superar adversidades financeiras e melhorar seu rendimento esportivo, realiza o sonho de se tornar membro da Equipe Nacional de Esgrima. Enredo que ainda está fresco na memória da esgrimista Luiza Marques, de Alagoas, mesmo já tendo passado três anos.

Por coincidência, naquele mesmo período, o professor Marcelo Gualberto começou a dar aulas de esgrima na escola onde Luiza estudava. Foi o início de uma relação de amor pela modalidade. Mas a inspiração continua a mesma: “Eu me inspiro na protagonista da série que assisti. Acho que me pareço com ela na força de vontade”, compartilha a atleta de Alagoas, que sonha em disputar os Jogos Olímpicos.

Vitoria Macedo (MG) e Laura Correia (SP) na disputa da semifinal da espada individual feminina na esgrima dos Jogos da Juventude CAIXA João Pessoa 2024. Foto: André Durão/COB.

Representante de Minas Gerais nos Jogos da Juventude, Vitória Macedo já praticava esgrima quando se sentiu representada pelas séries e doramas com personagens que praticam a esgrima. Ela começou a fazer aulas da modalidade aos 7 anos por indicação do avô, que também havia sido praticante. “Desde então, eu amo, é o meu esporte dos sonhos”, orgulha-se a esgrimista.

Vitória é também amante dos doramas e percebe de perto a influência das produções asiáticas em atrair mais adeptos. “Esgrima não é um esporte tão popular, como o vôlei no Brasil. Mas muitos países asiáticos são fortes na esgrima, principalmente no sabre, então eles trazem isso também para os doramas. E quando a modalidade aparece em desenhos ou séries de público grande, traz muita visibilidade. Eu tenho duas amigas que começaram a fazer esgrima neste ano por causa de dorama ou série desse tipo”, conta.

A Coreia do Sul soma 19 medalhas em Jogos Olímpicos (7 ouros, 4 pratas e 8 bronzes). Na edição disputada em Paris neste ano, o país ganhou dois ouros, um com Oh Sang-uk no sabre individual e outro no sabre por equipes. Nos Jogos Olímpico Londres 2012, a sul coreana Shin A-Lam foi uma das personagens que marcou aquela edição, após ficar uma hora sentada na pista, sozinha, aguardando uma definição da arbitragem, que acabou não sendo favorável à ela. Minutos depois, Shin A-Lam ainda perdeu a disputa do bronze. Ao menos, ela levou a prata por equipes naquele Jogos.