Seminário de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol marca início de novo momento contra o preconceito no esporte

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Seminário de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol
Créditos: Lucas Figueiredo/CBF

O futebol brasileiro viveu um dia histórico nesta quarta-feira (24). Na sede da entidade, no Rio de Janeiro (RJ), a CBF realizou a primeira edição do Seminário de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol, evento inédito para fomentar o debate e marcar um novo momento na batalha contra o preconceito no futebol brasileiro.

O Seminário foi aberto por Gilberto Gil, convidado de honra da CBF. Lenda da música brasileira, fã de futebol e uma das principais lideranças da cultura negra no país, o baiano citou o “dever cívico” que o esporte tem na luta contra o racismo e na transformação da sociedade.

“(Saúdo) A todos que estão aqui presentes para se unirem a essa iniciativa extraordinária e necessária. É um dever cívico. As tarefas que nos trazem aqui são mais do que conhecidas. As grandes diferenças que temos hoje no aspecto mundial em relação aos temais raciais, sociais… O que nos traz aqui é exatamente esse compromisso”, afirmou Gilberto.

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Seminário de Combate ao Racismo e à Violência no FutebolGilberto Gil foi o primeiro a falar no Seminário de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol
Créditos: Lucas Figueiredo/CBF

Seminário de Combate ao Racismo e à Violência no FutebolEdnaldo Rodrigues apresentou proposta de punições desportivas em casos de racismo
Créditos: Lucas Figueiredo/CBF

O cantor foi seguido por Ednaldo Rodrigues, Presidente da CBF e idealizador do evento. Primeiro negro a ocupar o cargo mais alto na gestão do futebol brasileiro, Ednaldo reforçou que o intuito do Seminário é mostrar que não há espaço para o racismo no futebol e na sociedade.

“Fiz questão de realizar esse evento aqui na sede da CBF para mostrar ao mundo do futebol e aos preconceituosos que ainda frequentam os estádios do país e do mundo que estamos lutando para bani-los. Sabemos que a realidade é dura. Mas estamos aqui para mudar”, disse o Presidente da CBF.

O dirigente apresentou uma ideia que pretende levar adiante: a punição desportiva pelos casos de racismo. Ednaldo Rodrigues afirmou que levará ao próximo Conselho Técnico do Brasileirão Assaí, em 2023, a proposta de perda de pontos por episódios de racismo durante a disputa do campeonato.

“Acredito que somente com a pena desportiva sendo imposta diretamente ao clube o racismo e o preconceito deixarão o futebol. Não há mais espaço para racista no século XXI”, explicou.

CONFIRA: Ednaldo Rodrigues abre Seminário de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol: ‘Estamos aqui para mudar’

A abertura do evento também contou com a participação do Presidente da CONMEBOL, Alejandro Domínguez, e do Presidente da FIFA, Gianni Infantino. Domínguez esteve presente no evento, no Rio de Janeiro, e fez um breve discurso sobre a importância de ter CBF e CONMEBOL lado a lado na luta contra o preconceito. Infantino, por sua vez, não pôde comparecer, mas enviou mensagem por vídeo para reforçar o apoio institucional da FIFA ao evento e à iniciativa da CBF de ter ações mais concretas contra o racismo.

“O fato deste seminário estar acontecendo é um sinal encorajador. Da mesma maneira, aplaudo a decisão de trazer palestrantes da Europa e também do Brasil, para que se possa aprender com as experiências de outras regiões do mundo. A CONMEBOL agiu corretamente ao introduzir multas mais severas. Mas agora devemos procurar soluções mais abrangentes. E a FIFA está aqui para oferecer todo seu apoio”, declarou Gianni Infantino.

Assessoria CBF