FPF aprova reeleições ilimitadas e abre caminho para permanência indefinida na presidência

Foto: Reprodução/ Instagram Michelle Ramalho

A Federação Paraibana de Futebol (FPF) modificou seu estatuto para permitir reeleições ilimitadas ao cargo de presidente da entidade. A alteração foi articulada pela atual presidente, Michelle Ramalho, que também é candidata à vice-presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), integrando a chapa única que disputará o comando da entidade nacional. A informação foi divulgada pelo portal ClickPB.

A reforma estatutária foi aprovada em uma Assembleia Geral Extraordinária realizada em dezembro de 2024, mas só foi oficialmente protocolada no dia 13 de maio de 2025 — sem qualquer divulgação prévia à imprensa ou aos torcedores.

Com a nova redação, o artigo 58 do estatuto da FPF autoriza “reeleições ilimitadas, sem qualquer restrição quanto ao número de vezes que o mesmo ocupante do cargo possa ser reeleito e reconduzido para mandatos subsequentes”. Na prática, isso significa que um presidente pode permanecer no poder indefinidamente, desde que consiga o apoio mínimo exigido.

Atualmente, o estatuto determina que, para concorrer à presidência, uma chapa precisa do aval de ao menos 16 entidades filiadas — sendo oito clubes profissionais e oito clubes amadores ou ligas. Além disso, o presidente da FPF detém amplos poderes administrativos, incluindo a prerrogativa de nomear e destituir diretores livremente.

Antes da mudança, a regra permitia apenas uma reeleição após o primeiro mandato de quatro anos, o que limitava o tempo máximo de permanência à frente da FPF a oito anos consecutivos.

Michelle Ramalho, que lidera a entidade desde 2018, agora tem caminho aberto para seguir no comando da federação por tempo indeterminado, caso continue obtendo apoio dos filiados. A dirigente também amplia sua projeção no cenário nacional, ao compor a chapa que disputará a presidência da CBF.

A alteração estatutária ocorre em meio a um contexto de debates sobre a governança e a necessidade de maior transparência nas entidades que dirigem o futebol brasileiro.