Atrativos do Museu Casa de José Américo ampliam número de visitantes na instituição

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Foto: Divulgação/Secom-PB

Considerado a vitrine da Fundação Casa de José Américo (FCJA), o Museu Casa, que homenageia o patrono da instituição, tem multiplicado o número de visitantes em 2024. O livro de registro do museu aponta um crescimento progressivo, desde que foi reaberto em março deste ano, depois de um ano fechado para reforma. Ele voltou repaginado. Situado à Avenida Cabo Branco, 3336, na orla da capital paraibana, o museu da FCJA abre de terça-feira a domingo (inclusive nos feriados) para a visitação pública, sempre das 9h às 16h e com entrada gratuita.

Foi na casa transformada em museu onde o escritor e político paraibano José Américo viveu uma expressiva parte de sua vida, a partir do início da década de 1950, onde foi morar após terminar seu mandato de governador da Paraíba.

A morada foi transformada em museu, preservando sua originalidade no mobiliário, obras de arte, objetos de uso pessoal, honrarias, biblioteca e arquivo fotográfico. A visitação se inicia pelo terraço, espaço com vista privilegiada para a Praia do Cabo Branco, que conta com as mesmas cadeiras com as quais o ministro recebia amigos, políticos, intelectuais, jornalistas, populares e autoridades.

O Museu Casa de José Américo foi aberto ao público em 10 de janeiro de 1982, sendo constituído com o mobiliário original, porcelanas, obras de arte, objetos pessoais, imagens fotográficas históricas, nos espaços da antessala, sala de jantar, quarto do casal (José Américo e Alice Almeida) e biblioteca particular. Conta com painéis e vitrines que apresentam elementos da trajetória familiar, política e literária do patrono.

Abriga ainda a biblioteca particular de José Américo que possui um acervo de aproximadamente 3,6 mil livros, com muitas obras raras dos séculos XVII, XVIII, XIX e do início do século XX.

Dentre outros atrativos, o que chama atenção dos visitantes é uma estátua de corpo inteiro de José Américo com o fardão, empunhando a espada da Academia Brasileira de Letras (ABL). A escultura em tamanho real do escritor (1,68 metro) foi confeccionada pelo escultor paraibano Álvaro Freire. A obra foi elaborada com base em fotografias do acervo e composta a partir do fardão, que já integrava a coleção do museu. A peça, construída numa estrutura de madeira, é preservada numa redoma de vidro. No mesmo ambiente, o visitante encontra diversos objetos pessoais do uso diário do patrono.

No corredor da casa, o visitante encontra, em síntese, a exposição ilustrada ‘Vida e obra de José Américo – Linha do Tempo’, com imagens dos ambientes da casa. Em uma sala ao lado, está organizada uma exposição fotográfica, reprodução de charges publicadas em vários veículos da imprensa nacional, destaques da vida e obra e variados momentos de eventos com as mais diversas personalidades do estado e do país, no campo político e intelectual.

Além de turistas e da comunidade em geral, o museu recebe visitas de grupos de estudantes, precisando agendar, quando em grande quantidade. Em um dos setores da exposição há um espaço onde está um aparelho de rádio de época com adaptação para receber um CD player. Aos visitantes é possibilitado escutar falas do ministro e jingles de sua campanha ao Governo do Estado.

Apesar dessa variedade de opções para os visitantes, a gerente executiva do Museu Casa de José Américo, Janete Lins Rodriguez, destaca que o museu não se circunscreve apenas ao espaço do imóvel – que serviu originalmente como casa e moradia do patrono. Segundo ela, envolve o jardim, a praia, a barreira do Cabo Branco, a colina verde e o pomar em seu entorno. Janete justifica que todo o conjunto serviu de inspiração ao escritor, como a paisagem marítima, as areias brancas da Praia do Cabo Branco e as árvores do pomar, plantadas por ele mesmo, o que compõe um contexto de vivência, permitindo um maior conhecimento acerca do patrono.

Concluindo a visita interna ao museu, o visitante pode desfrutar, ainda, da beleza do jardim, com cada planta identificada e sua origem. A seguir, no pomar, o Mausoléu. Trata-se de um monumento que guarda os restos mortais de José Américo e sua esposa, dona Alice. O projeto é de autoria do arquiteto indiano Bahram Khorramchachi.

A base física da FCJA – casa com terreno, localizada em área pertencente ao Bairro de Tambaú, antes do surgimento do Bairro do Cabo Branco – adveio de doação dos herdeiros de José Américo, tendo como outorgantes desapropriados Reynaldo Melo de Almeida, sua esposa Lasthênia Pereira Tourinho e outros, e como outorgado expropriante o estado da Paraíba, representado pelo então governador Tarcísio de Miranda Burity, em 18 de novembro de 1980. Antes disso, o imóvel já havia sido declarado de utilidade pública estadual pelo Decreto 8.577, de 30 de julho de 1980; e, depois, de utilidade pública federal pelo Decreto 93.712, de 15 de dezembro de 1986.

José Américo de Almeida nasceu em Areia, cidade do Brejo paraibano, no dia 10 de janeiro de 1887. Destacou-se na literatura brasileira como autor de ‘A Bagaceira’ (1928), obra-prima do romance regionalista moderno. Sua obra literária é composta por 17 títulos, além de ensaios, crônicas, memórias e poesias.

José Américo é imortal da Academia Brasileira de Letras. Em 1967 passou a ocupar a Cadeira 38, sucedendo a Tobias Barreto. Também ingressou na Academia Paraibana de Letras (APL) em 1965. Como político, destacou-se no cenário nacional ao ocupar importantes cargos. Foi deputado, senador, ministro e governador da Paraíba. Morreu no dia 10 de março de 1980.