Com o objetivo promover uma ampla reflexão sobre os riscos contemporâneos à saúde mental e prevenção ao suicídio, especialmente entre os jovens, referente ao mau uso de redes sociais e aos jogos de aposta, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Gerência Executiva de Atenção à Saúde (GEAS) e da Gerência Operacional de Atenção Psicossocial (GOAP), realizou a abertura do Setembro Amarelo com o tema “Conecte-se com quem cuida: Like não é afeto e aposta não é a saída” voltado para os trabalhadores da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) de todo o estado.
O Setembro Amarelo é o mês dedicado à prevenção do suicídio. A programação foi lançada no auditório Jimmy Oliveira de Queiroga, da Fundação Centro Integrado de Apoio à Pessoa com Deficiência (Funad), em João Pessoa.
De acordo com a gerente executiva da GEAS, Izabel Sarmento, o Setembro Amarelo deste ano visa alertar os jovens sobre os perigos do uso excessivo de redes sociais, destacando que likes não são afetos. “O objetivo deste ano é sensibilizar as famílias para prevenir adoecimentos mentais e suicídio”, destacou Izabel.
O tema deste ano chama a atenção para a promoção do cuidado, da escuta empática, da regulação emocional e do uso consciente das redes sociais, ressaltando a importância da construção de redes de apoio em vez de redes de julgamento.
De acordo com a gerente da GOAP, Iaciara Mendes, o tema deste ano foca nas redes sociais e no impacto do ódio e do cancelamento entre jovens, além dos problemas relacionados às apostas, que têm gerado adoecimento e endividamento familiar.
“Muitos jovens têm chegado aos serviços com esse adoecimento, essa cultura de ódio, de cancelamento das redes sociais e isso tem preocupado muito, pois traz sofrimento com automutilação enorme. E também a questão dos jogos de aposta on-line que está mexendo com as famílias e desencadeado sérios riscos de suicídio. Então, este mês de Setembro Amarelo preparamos esse tema para ser discutido e falarmos sobre essa cultura de ódio e preparar a rede de atenção psicossocial para que possa receber esse público e fazer a intervenção necessária e correta”, destacou.
Na Paraíba, constam 127 serviços especializados de CAPS de gestão municipal, para atendimento de pessoas em nível grave e persistente, distribuídos e organizados em todo o estado. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) têm atendido pessoas com dependência em jogos de apostas on-line, pessoas que sofrem com problemas psicológicos por pressão estéticas nas redes sociais, pessoas com diagnósticos de transtorno do jogo e pessoas com mania em jogos de aposta, mostrado um novo gatilho de ansiedade, endividamento e desespero — especialmente em populações vulneráveis.
Tudo isso, aliado à cultura do ódio propagada no ambiente digital, vem contribuindo para o sofrimento psíquico das pessoas atendidas pelos trabalhadores da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Essas características mantêm uma problemática que é tratada como uma questão de saúde pública.